
Há mais de vinte anos no ramo, Neil Gaiman é um dos maiores argumentistas das HQs modernas e um dos chamados "escritores para todas as idades" mais vendidos. Seu nome está listado no Dictionary of Literary Biography com um dos dez melhores escritores pós-modernos vivos e é um prolífico criador de trabalhos em prosa, poesia, filmes, jornalismo, músicas, quadrinhos e dramaturgia.
Criador da cultuada série Sandman, que fez de Neil o vencedor do "Will Eisner Industry Awards" como Melhor Escritor (1991, 1992, 1993 e 1994), Melhor Série (1991, 1992 e 1993), Melhor Graphic Album - Reedição (1991) e Melhor Graphic Album (1993); do "Harvey Award" como Melhor Escritor (1990 e 1991) e Melhor Série (1992). O número 19 da série Sandman (Sonhos de Uma Noite de Verão) recebeu, em 1991, o "World Fantasy Award For Best Short Story" sendo, então, a primeira revista em quadrinhos a ganhar um Prêmio Literário. Foi vencedor de muitos outros prêmios, incluindo o "Diamond Distributors 'Gem' Award" (1993) votado por vendedores de quadrinhos do mundo inteiro, por fazer crescer a população de leitores de HQ.
Criador da cultuada série Sandman, que fez de Neil o vencedor do "Will Eisner Industry Awards" como Melhor Escritor (1991, 1992, 1993 e 1994), Melhor Série (1991, 1992 e 1993), Melhor Graphic Album - Reedição (1991) e Melhor Graphic Album (1993); do "Harvey Award" como Melhor Escritor (1990 e 1991) e Melhor Série (1992). O número 19 da série Sandman (Sonhos de Uma Noite de Verão) recebeu, em 1991, o "World Fantasy Award For Best Short Story" sendo, então, a primeira revista em quadrinhos a ganhar um Prêmio Literário. Foi vencedor de muitos outros prêmios, incluindo o "Diamond Distributors 'Gem' Award" (1993) votado por vendedores de quadrinhos do mundo inteiro, por fazer crescer a população de leitores de HQ.
Abaixo segue um resumo dos membros da "família" mais conhecida, criada pelas mãos de Neil.
Há muito é dito que os Perpétuos são uma família de sete entes conceituais, descritos como "idéias envoltas em algo semelhante à carne". Eles existem porque seres vivos inteligentes sabem que eles existem. Diversas religiões politeístas da Terra os consideravam como deuses.
Na Grécia antiga, por exemplo, viam Sonho como Morpheus, o Deus do Sono. Mas os Perpétuos não são deuses, pois estes deixarão de existir quando seus adoradores e aqueles que lembram deles morrerem, enquanto os sete irmãos sobreviverão.
Aliás, Perpétuos é uma denominação incorreta, porque mesmo todos tendo se originado há muito tempo, seis da família serão removidos deste plano dimensional pelo sétimo, a Morte. Os Sem-Fim (como também são conhecidos) vivem em seus próprios reinos astrais, que não são lugares físicos, mas realidades criadas pela consciência dos
seres vivos. Cada um deles possui um signo e uma galeria, na qual existem retratos dos sete. Mortais são capazes de perceber apenas aspectos dessas entidades, uma vez que elas podem aparecer em diversas manifestações.
Se um Perpétuo for morto, ele poderá reaparecer vivo em outra forma de si mesmo, possivelmente com uma personalidade ligeiramente mudada.
Um mortal percebe os Sem-Fim de acordo com sua própria formação cultural, ou espécie. Porém, cada um dos Perpétuos, exceto Desejo, apresenta-se sempre no mesmo aspecto sexual:
Morte como uma fêmea e Sonho como macho, por exemplo.
Na Grécia antiga, por exemplo, viam Sonho como Morpheus, o Deus do Sono. Mas os Perpétuos não são deuses, pois estes deixarão de existir quando seus adoradores e aqueles que lembram deles morrerem, enquanto os sete irmãos sobreviverão.
Aliás, Perpétuos é uma denominação incorreta, porque mesmo todos tendo se originado há muito tempo, seis da família serão removidos deste plano dimensional pelo sétimo, a Morte. Os Sem-Fim (como também são conhecidos) vivem em seus próprios reinos astrais, que não são lugares físicos, mas realidades criadas pela consciência dos
seres vivos. Cada um deles possui um signo e uma galeria, na qual existem retratos dos sete. Mortais são capazes de perceber apenas aspectos dessas entidades, uma vez que elas podem aparecer em diversas manifestações.
Se um Perpétuo for morto, ele poderá reaparecer vivo em outra forma de si mesmo, possivelmente com uma personalidade ligeiramente mudada.
Um mortal percebe os Sem-Fim de acordo com sua própria formação cultural, ou espécie. Porém, cada um dos Perpétuos, exceto Desejo, apresenta-se sempre no mesmo aspecto sexual:
Morte como uma fêmea e Sonho como macho, por exemplo.

"Quando você sonha, algumas vezes você se lembra.
Quando você acorda você sempre esquece."
Este sim é um verdadeiro enigma.
Neste aspecto (e nós percebemos somente detalhes dos Perpétuos, como enxergamos a luz através da minúscula faceta de uma enorme e impecavelmente lapidada pedra preciosa), ele é magro e esguio, com pele tão pálida quanto a neve que cai.
Sonho acumula nomes para si da mesma forma que outros fazem amigos. Mas pouquíssimos são os que recebem tal título. Se existe alguém mais intimo dele, esse alguém é sua irmã mais velha, Morte, a quem, mesmo assim, vê muito raramente. De todos os Perpétuos, exceto Destino (quem sabe?), ele é o mais consciente e meticuloso na execução de suas responsabilidades. Quando a conveniência se faz necessária, Sonho projeta uma sombra humana.
Dentre os muitos nomes a ele atribuídos, podemos citar: Sandman, Morpheus, Oneiros, Moldador, Kai'Ckul e vários outros em línguas já esquecidas.
E após toda uma era com o Mestre dos Sonhos a nos guiar por seu reino de fantasia, nos deparamos com um novo aspecto do Sonho...
Aquele que antes era Daniel Hall, uma criança gerada no Sonhar, depois que o Mestre dos Sonhos foi preso na terra, transfigura-se e assume o seu lugar como Sonho dos Perpétuos.
E este Sonho não é como seu antecessor... ao menos é o que todos dizem...
Neste aspecto (e nós percebemos somente detalhes dos Perpétuos, como enxergamos a luz através da minúscula faceta de uma enorme e impecavelmente lapidada pedra preciosa), ele é magro e esguio, com pele tão pálida quanto a neve que cai.
Sonho acumula nomes para si da mesma forma que outros fazem amigos. Mas pouquíssimos são os que recebem tal título. Se existe alguém mais intimo dele, esse alguém é sua irmã mais velha, Morte, a quem, mesmo assim, vê muito raramente. De todos os Perpétuos, exceto Destino (quem sabe?), ele é o mais consciente e meticuloso na execução de suas responsabilidades. Quando a conveniência se faz necessária, Sonho projeta uma sombra humana.
Dentre os muitos nomes a ele atribuídos, podemos citar: Sandman, Morpheus, Oneiros, Moldador, Kai'Ckul e vários outros em línguas já esquecidas.
E após toda uma era com o Mestre dos Sonhos a nos guiar por seu reino de fantasia, nos deparamos com um novo aspecto do Sonho...
Aquele que antes era Daniel Hall, uma criança gerada no Sonhar, depois que o Mestre dos Sonhos foi preso na terra, transfigura-se e assume o seu lugar como Sonho dos Perpétuos.
E este Sonho não é como seu antecessor... ao menos é o que todos dizem...

"O grande momento da vida!"
Talvez este seja o melhor modo de definir a irmã mais velha de Morpheus.
Diferentemente do que se esperava, ela não foi concebida por Gaiman e Dringenberg como uma figura sombria e fria, um 'esqueleto com uma foice', mas sim como uma bela garota, que se veste como uma punk, e que sempre nos passa muito otimismo e alegria, apesar do fardo que é o seu "trabalho".
Aliás, em se tratando deste assunto, sem sombra de dúvida seu irmão mais novo, Sonho, é muito mais mórbido e melancólico que ela.
Ela traz sempre consigo seu símbolo: o Ankh.
O Ankh é um símbolo muito antigo, derivado da cultura egípcia. Ele era encontrado sempre nos hieróglifos, sendo segurado pelas divindades egípcias como se fosse uma chave, o que nos remete ao seu significado como "a chave dos portões que separam a vida e a morte", já que estes desenhos eram muito comuns em pirâmides mortuárias dos faraós.
O Ankh é considerado um símbolo de vida e fertilidade, o que torna ainda mais irônico ser exatamente ele o símbolo utilizado pela irmã mais velha.
Ela não foi a primeira a vir... mas será a última a partir.
"Quando a primeira coisa viva existiu, eu estava lá esperando...
Quando a última coisa viva morrer, meu trabalho estará terminado...
Então, eu colocarei as cadeiras sobre as mesas, apagarei as luzes, e fecharei as portas do universo, enquanto o deixo para trás...", disse ela a seu irmão Sonho.
A cada século ela vive um dia entre nós.
"Uma vez, a cada cem anos, a Morte prova o amargo sabor da mortalidade para compreender melhor sua missão. Este é o preço por ser a divisora entre todos os vivos que já foram e os que ainda irão." Estas são suas próprias palavras sobre o assunto.
Morte acompanha a cada mortal duas vezes na vida:
No nascimento, ela nos fala, mas não lembramos o que ela diz, não se sabe o porquê, e na morte, ela nos guia ao descanso eterno.
Diferentemente do que se esperava, ela não foi concebida por Gaiman e Dringenberg como uma figura sombria e fria, um 'esqueleto com uma foice', mas sim como uma bela garota, que se veste como uma punk, e que sempre nos passa muito otimismo e alegria, apesar do fardo que é o seu "trabalho".
Aliás, em se tratando deste assunto, sem sombra de dúvida seu irmão mais novo, Sonho, é muito mais mórbido e melancólico que ela.
Ela traz sempre consigo seu símbolo: o Ankh.
O Ankh é um símbolo muito antigo, derivado da cultura egípcia. Ele era encontrado sempre nos hieróglifos, sendo segurado pelas divindades egípcias como se fosse uma chave, o que nos remete ao seu significado como "a chave dos portões que separam a vida e a morte", já que estes desenhos eram muito comuns em pirâmides mortuárias dos faraós.
O Ankh é considerado um símbolo de vida e fertilidade, o que torna ainda mais irônico ser exatamente ele o símbolo utilizado pela irmã mais velha.
Ela não foi a primeira a vir... mas será a última a partir.
"Quando a primeira coisa viva existiu, eu estava lá esperando...
Quando a última coisa viva morrer, meu trabalho estará terminado...
Então, eu colocarei as cadeiras sobre as mesas, apagarei as luzes, e fecharei as portas do universo, enquanto o deixo para trás...", disse ela a seu irmão Sonho.
A cada século ela vive um dia entre nós.
"Uma vez, a cada cem anos, a Morte prova o amargo sabor da mortalidade para compreender melhor sua missão. Este é o preço por ser a divisora entre todos os vivos que já foram e os que ainda irão." Estas são suas próprias palavras sobre o assunto.
Morte acompanha a cada mortal duas vezes na vida:
No nascimento, ela nos fala, mas não lembramos o que ela diz, não se sabe o porquê, e na morte, ela nos guia ao descanso eterno.

"...eu vejo as coisas como são, foram e serão.
E ele foi o senhor das coisas que não foram e jamais serão..."
É o mais velho dos Perpétuos.
No princípio havia a Palavra, e ela foi escrita à mão na primeira página de seu livro, antes mesmo de ser pronunciada. Para os olhos mortais, Destino é, também, o mais alto dos Perpétuos.
Alguns crêem que ele seja cego, enquanto outros, talvez mais sabiamente, alegam que ele tenha viajado além da cegueira e que, na verdade, não possa ver nada, exceto "enxergar" os finos traçados espirais das galáxias no vazio, observando os intricados padrões da vida em sua jornada através do tempo.
Destino cheira a séculos e a pó, um odor que não é desagradável, e, em suas mãos, sempre traz um livro, preso ao seu pulso. Sua voz é como o farfalhar de velhos pergaminhos numa biblioteca, tarde da noite, quando as pessoas foram para casa e os livros começam a ler a si mesmos. Ele caminha eternamente por seu jardim, onde, sempre no ponto em que ele se encontra, podem ser vistas várias trilhas por onde ele poderá seguir, mas, sempre, apenas uma por onde ele veio.
Ele não deixa pegadas.
Ele não projeta sombra.
No princípio havia a Palavra, e ela foi escrita à mão na primeira página de seu livro, antes mesmo de ser pronunciada. Para os olhos mortais, Destino é, também, o mais alto dos Perpétuos.
Alguns crêem que ele seja cego, enquanto outros, talvez mais sabiamente, alegam que ele tenha viajado além da cegueira e que, na verdade, não possa ver nada, exceto "enxergar" os finos traçados espirais das galáxias no vazio, observando os intricados padrões da vida em sua jornada através do tempo.
Destino cheira a séculos e a pó, um odor que não é desagradável, e, em suas mãos, sempre traz um livro, preso ao seu pulso. Sua voz é como o farfalhar de velhos pergaminhos numa biblioteca, tarde da noite, quando as pessoas foram para casa e os livros começam a ler a si mesmos. Ele caminha eternamente por seu jardim, onde, sempre no ponto em que ele se encontra, podem ser vistas várias trilhas por onde ele poderá seguir, mas, sempre, apenas uma por onde ele veio.
Ele não deixa pegadas.
Ele não projeta sombra.

"Tinha esperança de que você tivesse mudado, meu irmão, que tivesse notado a existência de outras pessoas no mundo. Que você tivesse começado a ver as pessoas como algo além de coisas que sonham."
O Pródigo
Destruição, que refere-se a si mesmo como 'a ovelha negra da família', é o membro dos Perpétuos que nos traz à conclusão de que talvez eles não sejam realmente necessários. Podemos vencer as dificuldades sem que eles nada façam. Segundo ele, os Perpétuos não têm o direito de interferir com as nossas vidas. Nós somos capazes de conduzi-las.
Ele tenta ser criativo, como tem mostrado em suas "vidas" longe dos Perpétuos. Um construtor, um artista, um trabalhador, um chefe, Destruição passa todo o seu tempo construindo, ao invés de destruir.
Destruição possui uma sabedoria secular e uma capacidade de raciocínio muito acima do que nós podemos racionalizar. Mesmo sendo um dos mais novos membros da família, é considerado o "grande irmão" por todos. Destruição já não discute mais com sua família. Talvez por isso, viva sempre de mudança.
"Os Sem-Fim?
Os Perpétuos são apenas padrões.
Os Perpétuos são idéias.
Os Perpétuos são funções de onda.
São motivos repetitivos."
"Nós somos ecos das trevas e nada mais. Não temos direito de brincar com a vida deles, ordenar seus sonhos e desejos. Até mesmo nossas existências são breves e limitadas. Nenhum de nós vai durar mais que esta versão do universo."
"Cumpri o meu papel mais do que adequadamente por dez bilhões de anos. Uma moeda de dois lados: destruição é necessária. Nada novo pode existir sem a destruição do velho."
"A destruição não cessou com o abandono do meu reino. Talvez seja mais descontrolado, selvagem. Talvez não. Só não é mais responsabilidade de alguém."
Destruição, que refere-se a si mesmo como 'a ovelha negra da família', é o membro dos Perpétuos que nos traz à conclusão de que talvez eles não sejam realmente necessários. Podemos vencer as dificuldades sem que eles nada façam. Segundo ele, os Perpétuos não têm o direito de interferir com as nossas vidas. Nós somos capazes de conduzi-las.
Ele tenta ser criativo, como tem mostrado em suas "vidas" longe dos Perpétuos. Um construtor, um artista, um trabalhador, um chefe, Destruição passa todo o seu tempo construindo, ao invés de destruir.
Destruição possui uma sabedoria secular e uma capacidade de raciocínio muito acima do que nós podemos racionalizar. Mesmo sendo um dos mais novos membros da família, é considerado o "grande irmão" por todos. Destruição já não discute mais com sua família. Talvez por isso, viva sempre de mudança.
"Os Sem-Fim?
Os Perpétuos são apenas padrões.
Os Perpétuos são idéias.
Os Perpétuos são funções de onda.
São motivos repetitivos."
"Nós somos ecos das trevas e nada mais. Não temos direito de brincar com a vida deles, ordenar seus sonhos e desejos. Até mesmo nossas existências são breves e limitadas. Nenhum de nós vai durar mais que esta versão do universo."
"Cumpri o meu papel mais do que adequadamente por dez bilhões de anos. Uma moeda de dois lados: destruição é necessária. Nada novo pode existir sem a destruição do velho."
"A destruição não cessou com o abandono do meu reino. Talvez seja mais descontrolado, selvagem. Talvez não. Só não é mais responsabilidade de alguém."

"Seres humanos são criaturas de Desejo.
Eles se torcem e dobram como eu exijo."
Só há uma coisa pra se ver no reino crepuscular de Desejo. É o que se chama limiar, a fortaleza do Desejo.
Desejo sempre morou no limite. O limiar é maior do que podemos imaginar. É uma estátua de Desejo, ele ou ela própria. (Desejo nunca se satisfez com um único sexo. Ou apenas uma de qualquer coisa... Exceto, talvez, o próprio limiar.)
O limiar é um retrato do Desejo, completo em todos os detalhes, erguido, a partir de seus caprichos, com sangue, carne, osso e pele. E, como toda verdadeira cidadela desde o início dos tempos, o limiar é habitado. O lugar só tem um ocupante neste momento. O Desejo dos Perpétuos.
O limiar é grande demais para apenas uma pessoa. Contém dois tímpanos maiores que uma dúzia de salões de baile. E veias vazias e ressonantes como túneis. É possível andar nelas até envelhecer e morrer sem passar novamente pelo mesmo lugar. Entretanto, dado o temperamento de Desejo, só há um lugar em toda a catedral de seu corpo que lhe serve como lar.
Desejo mora no coração.
É improvável que qualquer retrato consiga fazer jus a Desejo, pois vê-la (ou vê-lo) seria o mesmo que amá-lo (ou amá-la) - apaixonadamente, dolorosamente, até a exclusão de tudo o mais.
Desejo exala um perfume quase subliminar de pêssegos no verão e projeta duas sombras: uma negra e de nítidos contornos; a outra sempre ondulante, como neblina no calor.
Desejo sorri em breves lampejos, da mesma forma que o brilho do Sol reluz no gume de uma faca. E há muito, muito mais do gume de uma faca na essência de Desejo.
Jamais a(o) possuída(o), sempre o(a) possuidor(a), com pele tão pálida quanto fumaça, e olhos aguçados como vinho.
Desejo é tudo o que você sempre quis.
Quem quer que seja você.
O que quer que seja você.
Tudo..
Desejo sempre morou no limite. O limiar é maior do que podemos imaginar. É uma estátua de Desejo, ele ou ela própria. (Desejo nunca se satisfez com um único sexo. Ou apenas uma de qualquer coisa... Exceto, talvez, o próprio limiar.)
O limiar é um retrato do Desejo, completo em todos os detalhes, erguido, a partir de seus caprichos, com sangue, carne, osso e pele. E, como toda verdadeira cidadela desde o início dos tempos, o limiar é habitado. O lugar só tem um ocupante neste momento. O Desejo dos Perpétuos.
O limiar é grande demais para apenas uma pessoa. Contém dois tímpanos maiores que uma dúzia de salões de baile. E veias vazias e ressonantes como túneis. É possível andar nelas até envelhecer e morrer sem passar novamente pelo mesmo lugar. Entretanto, dado o temperamento de Desejo, só há um lugar em toda a catedral de seu corpo que lhe serve como lar.
Desejo mora no coração.
É improvável que qualquer retrato consiga fazer jus a Desejo, pois vê-la (ou vê-lo) seria o mesmo que amá-lo (ou amá-la) - apaixonadamente, dolorosamente, até a exclusão de tudo o mais.
Desejo exala um perfume quase subliminar de pêssegos no verão e projeta duas sombras: uma negra e de nítidos contornos; a outra sempre ondulante, como neblina no calor.
Desejo sorri em breves lampejos, da mesma forma que o brilho do Sol reluz no gume de uma faca. E há muito, muito mais do gume de uma faca na essência de Desejo.
Jamais a(o) possuída(o), sempre o(a) possuidor(a), com pele tão pálida quanto fumaça, e olhos aguçados como vinho.
Desejo é tudo o que você sempre quis.
Quem quer que seja você.
O que quer que seja você.
Tudo..

"Sonhos. O que são sonhos? Sonhos são nada, irmão.
Já tenho meu gancho no coração dele. E o que há para se entender?
Ele é mortal. Nada."
Desespero, irmã gêmea de Desejo, é rainha de seu próprio domínio sombrio. Diz-se que, dispersas pelo reino de Desespero, há uma infinidade de pequenas janelas penduradas no vazio.
A cada janela aberta uma cena diferente se revela. Em nosso mundo, a vista é um espelho. Assim, quando você fita seu próprio reflexo e nota os olhos de Desespero sobre si, é fácil senti-la agarrando e apertando seu coração. Sua pele é fria e pegajosa. Seus olhos são da cor do céu, naqueles dias cinzas e úmidos que desbotam o significado do mundo. Sua voz vai pouco além de um sussurro.
E, embora ela não tenha odor, sua sombra é almiscarada e pungente, tal qual a pele de uma cobra.
Muitos anos atrás, um certo dogma religioso que, ainda hoje existe no Afeganistão declarou-a uma deusa, proclamando todos os recintos vazios como seus locais sagrados.
A seita, cujos membros se denominavam "Os Não-Perdoados", persistiu por dois anos, até que seu último adepto finalmente se suicidou, após ter sobrevivido aos outros membros por quase sete meses.
Desespero diz pouco, mas é paciente.
A cada janela aberta uma cena diferente se revela. Em nosso mundo, a vista é um espelho. Assim, quando você fita seu próprio reflexo e nota os olhos de Desespero sobre si, é fácil senti-la agarrando e apertando seu coração. Sua pele é fria e pegajosa. Seus olhos são da cor do céu, naqueles dias cinzas e úmidos que desbotam o significado do mundo. Sua voz vai pouco além de um sussurro.
E, embora ela não tenha odor, sua sombra é almiscarada e pungente, tal qual a pele de uma cobra.
Muitos anos atrás, um certo dogma religioso que, ainda hoje existe no Afeganistão declarou-a uma deusa, proclamando todos os recintos vazios como seus locais sagrados.
A seita, cujos membros se denominavam "Os Não-Perdoados", persistiu por dois anos, até que seu último adepto finalmente se suicidou, após ter sobrevivido aos outros membros por quase sete meses.
Desespero diz pouco, mas é paciente.

"Quem pode saber o que Delírio vê através de seus olhos desiguais?"
Delírio é a mais jovem dos Perpétuos.
Ela cheira a suor, vinho azedo, noites tardias e couro velho. Seu reino é próximo, e pode ser facilmente visitado. As mentes humanas, porém, não foram feitas para compreender seu domínio, e os poucos que viajaram até ele conseguiram relatar apenas fragmentos perdidos.
Sua aparência, um amontoado de idéias vestidas no semblante da carne, é a mais variável de todos os Perpétuos. A forma e o contorno de sua sombra não têm relação com a de nenhum corpo que esteja usando.
Ela é tangível como veludo gasto. Delírio tende a se tornar borboletas ou peixes dourados, agora e sempre.
Alguns dizem que a grande frustração de Delírio é saber que, apesar de ser mais velha que as estrelas e mais antiga que os deuses, ela continua sendo, eternamente, a mais jovem da família, pois os Perpétuos não medem tempo como nós nem vêem mundos através de olhos mortais.
O poeta Coleridge afirmou tê-la conhecido intimamente, mas o sujeito não passava de um mentiroso inveterado. Portanto, devemos duvidar de cada palavra sua.
Um dia, Delírio também foi Deleite.
E, embora isso tenha sido há muito tempo, ainda hoje seus olhos têm matizes diferentes: um é verde-esmeralda bem vivo, salpicado de pontos prateados;
o outro é do mesmo azul que esconde sangue dentro de veias mortais. Ela vê o mundo de seu própria e única visão.
Os Perpétuos acreditam que apenas Delírio sabe porquê ela mudou.
Ela cheira a suor, vinho azedo, noites tardias e couro velho. Seu reino é próximo, e pode ser facilmente visitado. As mentes humanas, porém, não foram feitas para compreender seu domínio, e os poucos que viajaram até ele conseguiram relatar apenas fragmentos perdidos.
Sua aparência, um amontoado de idéias vestidas no semblante da carne, é a mais variável de todos os Perpétuos. A forma e o contorno de sua sombra não têm relação com a de nenhum corpo que esteja usando.
Ela é tangível como veludo gasto. Delírio tende a se tornar borboletas ou peixes dourados, agora e sempre.
Alguns dizem que a grande frustração de Delírio é saber que, apesar de ser mais velha que as estrelas e mais antiga que os deuses, ela continua sendo, eternamente, a mais jovem da família, pois os Perpétuos não medem tempo como nós nem vêem mundos através de olhos mortais.
O poeta Coleridge afirmou tê-la conhecido intimamente, mas o sujeito não passava de um mentiroso inveterado. Portanto, devemos duvidar de cada palavra sua.
Um dia, Delírio também foi Deleite.
E, embora isso tenha sido há muito tempo, ainda hoje seus olhos têm matizes diferentes: um é verde-esmeralda bem vivo, salpicado de pontos prateados;
o outro é do mesmo azul que esconde sangue dentro de veias mortais. Ela vê o mundo de seu própria e única visão.
Os Perpétuos acreditam que apenas Delírio sabe porquê ela mudou.
Os textos foram extraídos do site do SONHAR, que inclusive são citados na própria página pessoal de Neil.
A editora Conrad está lançando no Brasil a coleção das revistas de Sandman em 10 edições de luxo. A primeira saiu em Junho de 2005, e no mês de Agosto a de número 8. O preço é meio salgado, mas vale cada centavo. Por falar nisto ainda não comprei as duas últimas edições. Fiz uma pesquisa na net e me parece que a FNAC está com o preço mais acessível.
E para quem tem preguiça de ler, está em cartaz nos cinemas brasileiros, uma adaptação do livro Stardust de Gailman. Segue abaixo a ficha técnica:
A editora Conrad está lançando no Brasil a coleção das revistas de Sandman em 10 edições de luxo. A primeira saiu em Junho de 2005, e no mês de Agosto a de número 8. O preço é meio salgado, mas vale cada centavo. Por falar nisto ainda não comprei as duas últimas edições. Fiz uma pesquisa na net e me parece que a FNAC está com o preço mais acessível.
E para quem tem preguiça de ler, está em cartaz nos cinemas brasileiros, uma adaptação do livro Stardust de Gailman. Segue abaixo a ficha técnica:
(Stardust) EUA/Inglaterra, 2007.
Fantasia/Aventura - 12 ANOS
Direção: Matthew Vaughn. Elenco: Charlie Cox, Claire Danes, Robert de Niro e Michelle Pfeiffer. Duração: 128 min.
Beijo pras moças e um abraço pros rapazes !
TREMDEDOIDO

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